Odeio os resignados! Odeio os resignados, assim como odeio os sujos e os preguiçosos. Odeio a resignação! Odeio a sujeira, odeio a inação. Lastimo o doente curvado por alguma febre maligna; odeio o doente imaginário que um pouco de vontade o recolocaria ereto. Lastimo o homem acorrentado, cercado de guardas, esmagado pelo peso do ferro e da vigilância. Odeio os soldados que o peso de um galão ou de três estrelas curva; os trabalhadores que o peso do capital dobra. Amo o homem que diz o que sente onde quer que se encontre; odeio o candidato em perpétua conquista de uma maioria. Amo o cientista sobrecarregado com o peso das pesquisas científicas; odeio o indivíduo que curva seu corpo sob o peso de uma força desconhecida de um X qualquer, de um Deus. Odeio todos aqueles que, cedendo a um outro por medo, por resignação, uma parte de sua força de homem, não apenas se esmagam, mas me esmagam, a mim, aqueles a quem amo, com o peso de seu concurso horrendo ou de sua inércia idiota. Odeio-os, s...
Crítica do cristianismo