Seja a astrologia, ou a religião, ou o que quer que seja, quero viver num mundo onde as pessoas pensem por si mesmas, ceticamente, pedindo provas. Não que a astrologia seja prejudicial, e provavelmente não seja, mas se quiser viver pensando que esta tudo bem, acreditar numa coisa somente porque acredita, sem provas. Você está perdendo tanto... É uma experiência tão maravilhosa viver num mundo e compreender porque vive nele, e o que o faz funcionar, compreender as verdadeiras estrelas, a astronomia que é algo empobrecedor reduzir-lo a insignificância da astrologia. E penso que podemos dizer o mesmo da religião. O universo é um lugar grandioso, bonito, maravilhoso e seria mesquinho paroquial e degradante acreditar em demônios e em criadores sobrenaturais.
Vivemos numa era de charlatões? Já se disse muitas vezes que escritores possuem sensibilidade particular para as mudanças culturais de seu tempo. Portanto, a publicação em língua inglesa, nos últimos anos, de dois romances intitulados Charlatans – um de Robin Cook, outro de Jezebel Weiss – pode ser um sinal de alerta de que isso esteja acontecendo. Talvez esses livros sejam um aviso para que tomemos cuidado com esses indivíduos que, em número crescente, prometem o que não podem cumprir, arrogam-se qualidades que não possuem ou oferecem produtos nada confiáveis, como notícias falsas, remédios suspeitos e trapaças online. A lista desses mestres da ilusão (para usar uma expressão bem-educada) pode incluir também alguns evangelizadores, curandeiros e políticos, bem como, convém não esquecer, certos intelectuais. O que explica a proliferação dos charlatões em nosso tempo? Uma das respostas possíveis é que ela resulta das pressões e da sedução exercidas pelos meios de comunicação, sobretudo ...