Who would Jesus bomb? Yeah, who would Jesus kill?
The double talk is past surreal
The word of god is now the word of hate
War is peace, and freedom is the police state
Can't you see the writing on the wall?
Democracy lays trampled on the floor.
A política é o exercício de um debate racional entre cidadãos sobre os fatos e os acontecimentos. Se nós não temos acessos aos fatos e se nós não temos conhecimento dos acontecimentos, se nós não sabemos o que se passa no interior do Estado, se nós não sabemos as razões que movem determinado governo, se nós não sabemos o volume de um determinado capital ou de uma determinada fortuna, nós podemos discutir outras coisas, mas não os fatos e os acontecimentos. O que acontece numa sociedade em que o debate público é subtraído por coisas que não são fatos nem acontecimentos? Essa sociedade vai ficar "discutindo" terra plana, essa sociedade vai "discutir" substâncias mágicas que acabam com o câncer sem nenhuma comprovação científica, essa sociedade vai "discutir" religião, mas não política. Portanto, a partir de Hannah Arendt, nós podemos perceber que a política na democracia depende da apuração dos fatos, depende da verificação dos fatos. Os cidadãos numa democracia, por meio da política, e não da guerra, discutem os seus problemas reais e discutem soluções viáveis para esses problemas reais. Isso é o que deveria acontecer numa eleição. Agora quando a eleição passa a ser dominada por temas de caça ao comunismo, veja a loucura, não existe comunismo. Caçar o quê? Ou começa a ser dominada por temas como família brasileira, família brasileira significando uma relação monogâmica entre pessoas de sexo diferente, eu não sei nem formular isso aí, recusando o estatuto de família para uma família de duas pessoas do mesmo sexo com filhos adotados. Essa discussão moralista dos costumes sem base nos fatos, às vezes temas racistas sem base nos fatos, sem base nas verificações científicas, nos estudos científicos, nós temos, em lugar da política, o desenvolvimento do fanatismo. E o fanatismo produz tragédia.
Eugênio Bucci