Costumo ir muitas vezes à aldeia dos meus parentes Guarani localizada em Parelheiros, em São Paulo. Lá vivi muitos momentos de alegria, festas, de cerimônias. O povo Guarani é alegre, esportivo, feliz, apesar de viver apertado em apenas vinte e cinco alqueires de terra demarcada. Lá eu vivi um momento bastante engraçado, num dia 25 de janeiro, depois da cerimônia do Mongaraí. Depois de passar a noite toda em vigília, dançando, cantando, pintando e ouvindo as vozes dos deuses, que se manifestam por intermédio do pajé que batizava as crianças e confirmava os adultos, nos pusemos a conversar. Estavam presentes Karaí, Mirim, Ailton Krenak, Jekupé, Olívio Tupã, Tiramãe e outras tantas pessoas índias e não índias. Trocamos informações sobre o encaminhamento da questão indígena em nível nacional. A manhã transcorreu de forma amena, sem nenhuma novidade. Na parte da tarde, depois de muitas pessoas já terem ido embora, por volta das quatro horas, percebemos uma estranha movimentação numa das ca...