Entre o mundo da carne e o do espírito, a superstição judaica pressupunha um universo habitado por anjos ou demônios. O censo de sua população excedia as possibilidades da aritmética. Egito, Babilônia e Pérsia contribuíram, ao longo do tempo, para a formação desse universo fantástico. Talvez por influência cristã (sugere Tratctenberg), a demonologia ou ciência dos demônios teve menos importância que a angeologia ou ciência dos anjos.
Nomeemos contudo Keteh Meriri, senhor do meio-dia e dos tórridos verões. Alguns meninos que iam à escola encontraram ele; morreram todos, menos dois. Durante o século XIII a demonologia judaica viu-se povoada de intrusos latinos, franceses e alemãs, que acabaram por confundir-se com os que registra o Talmude.
Jorge L. Borges e Margarita G.
Tradução de Carmen V.