Divirta-se, aproveite, alegre-se, goze... nas condições do capital. Esse cuidado ativista com a existência é tenso, focado em compartilhar o conforto anunciado pela mídia, a partir, porém, de uma dívida insolvente, de uma culpa que nunca poderá ser revertida. Benjamin escreve que o capitalismo é "uma pura religião de culto, talvez a mais extrema que alguma vez existiu", que pode contar com uma duração permanente. Não há trégua nem perdão. A pompa do sagrado do marketing, o ritual do lucro e o consumo são imparáveis. O capitalismo é um culto que requer uma celebração obsessiva. Aparentemente é sempre uma festa - quando na realidade nunca é. Não se distingue mais entre o dia e a noite, em que o tempo é sempre e apenas dinheiro. Se o culto é ininterrupto, é graças à apoteose da dívida. "O capitalismo é presumivelmente o primeiro caso de um culto não expiatório, mas culpabilizador. Não poderia ser diferente para uma religião que não permite salvação e redenção. Sob o céu do ...
Crítica do cristianismo