Dom Dadeus Grings anuncia, em tom solene: "morreram mais católicos do que judeus no holocausto, mais isso não aparece porque judeus têm a propaganda do mundo". Qual ser humano que pensa, com prudência, assimilaria a sentença do bispo ao mútuo conhecimento e apreço? Se, como afirma o pastor de Porto Alegre, os judeus são os donos da propaganda mundial (na era nazista, eles eram acusados, além daquele defeito, de serem os monopolistas das finanças planterárias), sua fala e seus atos entrariam no terreno da mentira, da plena dissimulação tendo em vista o engodo. Apreço? A frase do antístite, além de caluniosa, retoma litanias que finalizaram em Auschwitz e outros campos do inferno, anunciados na dantesca Noite dos Cristais. Mas o sofisma, subjacente à calúnia, é ainda mais cruel: "morreram mais católicos do que judeus no holocausto". Dom Grings aprendeu, no seminário, parece, as lições de lógica tomista. A definição deve conter o definido, e apenas o definido. Ela d...